10 PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS PARA O GRANDE VAREJO
Empresas sustentáveis são um fenômeno novo no universo dos negócios, sua existência ainda é tênue e como outros fenômenos da natureza possuem seu tempo certo para frutificar em abundância. Entender e apoiar este amadurecimento exige comprometimento e firmeza de propósitos.
Grandes empresas possuem um potencial proporcional ao seu tamanho para melhorar o planeta e as pessoas que vivem nele, muitas das suas iniciativas são exemplos de sucesso ambiental e social, mas ainda há um grande caminho a ser percorrido para limpar as pegadas de suas operações.
Grandes redes do varejo correram para se alinhar com as novas tendências de responsabilidade socio-ambiental divulgando seus programas de sustentabilidade apoiando o comércio local e iniciativas sociais, gigantes do varejo começam a fazer compras de pequenos fazendeiros, artesãos e empresas sustentáveis mas para isto tiveram que adaptar suas práticas de negociação, seus contratos e promover uma verdadeira mudança cultural em suas estruturas de compras, distribuição e marketing, uma mudança que ainda está acontecendo.
Veja as 10 principais lições aprendidas para um relacionamento equilibrado e saudável entre as grandes redes e seus fornecedores sustentáveis:
1. Merchandising orgânico.
Parte do sucesso das empresas sustentáveis são seus empreendedores, eles venceram barreiras para tornar seus negócios viáveis, conhecem muito bem seus produtos, desenvolveram mercados, e uma rede de clientes fiéis, muitas vezes graças ao seu entusiasmo cativante pelas causas e práticas que defendem.
Mas tudo isto fica perdido quando seus produtos chegam nas gôndolas do varejo tradicional, as redes de supermercados poderiam ajudar a re-criar um ambiente em que estes produtos possam ser reconhecidos e valorizados pelo seu público potencial, ao varejista caberia adaptar sua estrutura de marketing para cultivar e fazer crescer as vendas destes produtos, destacando-os da concorrência tradicional, reservando um espaço especial para eles e gerando ações que transmitam seus valores e benefícios únicos.
2. Cuidado: Não contém conservantes
O fornecedor sustentável tem a obrigação de produzir com qualidade e dentro dos requisitos que lhes garantem suas certificações ambientais, seu foco é atender a estas práticas seguindo valores sustentáveis e manter relacionamentos benéficos com todos os que fazem parte da corrente sustentável.
O consumidor final também é um elo desta corrente, o cuidado com a reposição de produtos perecíveis é a certeza da qualidade e garantia da manutenção de seus valores nutricionais e terapêuticos.
3. Não compare maças com laranjas
Os parceiros sustentáveis são diferentes dos outros fornecedores, as empresas sustentáveis precisam ir além da busca por lucros sempre maiores, suas operações cultivam outros valores e práticas que afinal de contas são uma das características que lhes diferenciam das empresas que competem no mercado regular.
Embora a população seja favorável à compra de produtos eco-amigáveis, os consumidores efetivos destes produtos ainda são poucos, assim na hora de avaliar os resultados de vendas, precisamos utilizar novos indicadores para comparar o giro dos produtos e alinhar o cronograma do retorno sobre o investimento para que ele inclua também os benefícios que estes negócios trazem ao planeta, às pessoas e claro, o valor para a imagem futura dos varejistas.
4. Contratos diferenciados
Iniciativas sustentáveis precisam de contratos específicos, ficaria muito difícil para estas empresas aceitarem as condições de contratos criados para extrair o máximo de vantagens de poderosas holdings com várias marcas de sucesso comercial.
As regras comerciais clássicas apenas reforçam o uso indiscriminado de recursos naturais e uma distribuição injusta dos resultados, estas regras são contrárias à diversidade cultural e biológica e são baseadas unicamente na busca pelo lucro, sem considerar os custos sociais e para o meio ambiente.
5. Relacionamento ganha x ganha
Cada elo da corrente da sustentabilidade é interdependente e sua força depende desta união. É uma simbiose comercial em equilíbrio. Todos estes elos buscam uma harmonia e um alinhamento de valores, integrar-se a esta cadeia de comércio mais justo e sustentável pede a adoção de regras e procedimentos baseados em princípios democráticos, ecológicos, cooperativos e grande dose de justiça econômica, onde pessoas e organizações ganham.
6. Crescimento com responsabilidade
Os produtos sustentáveis estão chegando ao mercado com fôlego para encarar um crescimento lento mas constante, uma conquista diária por este novo espaço onde cada venda representa uma vitória e um novo passo na construção de um mercado forte,
Mesmo as pequenas compras dos grandes varejistas, representam pedidos gigantescos para empreendimentos sustentáveis, ajude a promover um crescimento consistente e regular da produção e do mercado com pedidos programados e entregas parciais.
7. Potencialize os negócios
O fornecedor sustentável certificado será cada vez mais beneficiado com imunidades e isenções fiscais, visto que contribui para o país e para o planeta, mas até esta regulamentação acontecer de fato, seria um boa idéia que as grandes redes utilizassem seus departamentos jurídicos e contábeis para desonerar ao máximo o comércio com empresas sustentáveis.
Nas contas das empresas sustentáveis não costuma entrar custos de logística complexa, seguros e custos de marketing extravagantes. Grandes varejistas conseguem e poderiam negociar prazos e preços para otimizar os custos destes serviços para desafogar seus fornecedores sustentáveis.
8. Invista no mercado futuro
O empreendimento sustentável, em geral, não busca serviços financeiros para desconto de duplicatas, capital de giro e outras alavancas monetárias que o comércio tradicional utiliza, estas empresas evitam a todo custo entrar nestas cirandas que desperdiçam recursos e roubam lucratividade. Em um Brasil de juros imorais seria desejável que os pagamentos fossem feitos no dia seguinte às entregas, em uma semana, 30 dias no máximo.
9. Se não puder ajudar, não atrapalhe
Negócios sustentáveis são sistemas comerciais que protegem o meio ambiente e as condições sociais enquanto promovem seu próprio crescimento de forma equilibrada. São empreendimentos sem impactos negativos no meio ambiente global ou local, e trazem benefícios para a comunidade, para a sociedade e para a economia como um todo.
A competição predatória é oposta ao comercio sustentável, que busca sempre garantir uma renda correta e digna aos seus fornecedores de forma a viverem do seu trabalho hoje e no futuro para que continuem a promover a produção orgânica e eco-certificada por gerações.
10. Faça parte da Solução
Exija certificações de empresas idôneas e evite a todo custo utilizar expressões e divulgar iniciativas apenas para se aproveitar de uma “onda” ecológica, o caminho para conectar sua marca com os ideais e valores sustentáveis é pensar em formas autenticas de cooperar com soluções ambientalmente saudáveis com respeito aos direitos humanos e à cultura local.
As pessoas e o planeta agradecem!
Luiz Pryzant
15/04/2010
Fontes: European Commission Trade; Friends of the Earth International; IISD – International Institute for Sustainable Development
Grandes empresas possuem um potencial proporcional ao seu tamanho para melhorar o planeta e as pessoas que vivem nele, muitas das suas iniciativas são exemplos de sucesso ambiental e social, mas ainda há um grande caminho a ser percorrido para limpar as pegadas de suas operações.
Grandes redes do varejo correram para se alinhar com as novas tendências de responsabilidade socio-ambiental divulgando seus programas de sustentabilidade apoiando o comércio local e iniciativas sociais, gigantes do varejo começam a fazer compras de pequenos fazendeiros, artesãos e empresas sustentáveis mas para isto tiveram que adaptar suas práticas de negociação, seus contratos e promover uma verdadeira mudança cultural em suas estruturas de compras, distribuição e marketing, uma mudança que ainda está acontecendo.
Veja as 10 principais lições aprendidas para um relacionamento equilibrado e saudável entre as grandes redes e seus fornecedores sustentáveis:
1. Merchandising orgânico.
Parte do sucesso das empresas sustentáveis são seus empreendedores, eles venceram barreiras para tornar seus negócios viáveis, conhecem muito bem seus produtos, desenvolveram mercados, e uma rede de clientes fiéis, muitas vezes graças ao seu entusiasmo cativante pelas causas e práticas que defendem.
Mas tudo isto fica perdido quando seus produtos chegam nas gôndolas do varejo tradicional, as redes de supermercados poderiam ajudar a re-criar um ambiente em que estes produtos possam ser reconhecidos e valorizados pelo seu público potencial, ao varejista caberia adaptar sua estrutura de marketing para cultivar e fazer crescer as vendas destes produtos, destacando-os da concorrência tradicional, reservando um espaço especial para eles e gerando ações que transmitam seus valores e benefícios únicos.
2. Cuidado: Não contém conservantes
O fornecedor sustentável tem a obrigação de produzir com qualidade e dentro dos requisitos que lhes garantem suas certificações ambientais, seu foco é atender a estas práticas seguindo valores sustentáveis e manter relacionamentos benéficos com todos os que fazem parte da corrente sustentável.
O consumidor final também é um elo desta corrente, o cuidado com a reposição de produtos perecíveis é a certeza da qualidade e garantia da manutenção de seus valores nutricionais e terapêuticos.
3. Não compare maças com laranjas
Os parceiros sustentáveis são diferentes dos outros fornecedores, as empresas sustentáveis precisam ir além da busca por lucros sempre maiores, suas operações cultivam outros valores e práticas que afinal de contas são uma das características que lhes diferenciam das empresas que competem no mercado regular.
Embora a população seja favorável à compra de produtos eco-amigáveis, os consumidores efetivos destes produtos ainda são poucos, assim na hora de avaliar os resultados de vendas, precisamos utilizar novos indicadores para comparar o giro dos produtos e alinhar o cronograma do retorno sobre o investimento para que ele inclua também os benefícios que estes negócios trazem ao planeta, às pessoas e claro, o valor para a imagem futura dos varejistas.
4. Contratos diferenciados
Iniciativas sustentáveis precisam de contratos específicos, ficaria muito difícil para estas empresas aceitarem as condições de contratos criados para extrair o máximo de vantagens de poderosas holdings com várias marcas de sucesso comercial.
As regras comerciais clássicas apenas reforçam o uso indiscriminado de recursos naturais e uma distribuição injusta dos resultados, estas regras são contrárias à diversidade cultural e biológica e são baseadas unicamente na busca pelo lucro, sem considerar os custos sociais e para o meio ambiente.
5. Relacionamento ganha x ganha
Cada elo da corrente da sustentabilidade é interdependente e sua força depende desta união. É uma simbiose comercial em equilíbrio. Todos estes elos buscam uma harmonia e um alinhamento de valores, integrar-se a esta cadeia de comércio mais justo e sustentável pede a adoção de regras e procedimentos baseados em princípios democráticos, ecológicos, cooperativos e grande dose de justiça econômica, onde pessoas e organizações ganham.
6. Crescimento com responsabilidade
Os produtos sustentáveis estão chegando ao mercado com fôlego para encarar um crescimento lento mas constante, uma conquista diária por este novo espaço onde cada venda representa uma vitória e um novo passo na construção de um mercado forte,
Mesmo as pequenas compras dos grandes varejistas, representam pedidos gigantescos para empreendimentos sustentáveis, ajude a promover um crescimento consistente e regular da produção e do mercado com pedidos programados e entregas parciais.
7. Potencialize os negócios
O fornecedor sustentável certificado será cada vez mais beneficiado com imunidades e isenções fiscais, visto que contribui para o país e para o planeta, mas até esta regulamentação acontecer de fato, seria um boa idéia que as grandes redes utilizassem seus departamentos jurídicos e contábeis para desonerar ao máximo o comércio com empresas sustentáveis.
Nas contas das empresas sustentáveis não costuma entrar custos de logística complexa, seguros e custos de marketing extravagantes. Grandes varejistas conseguem e poderiam negociar prazos e preços para otimizar os custos destes serviços para desafogar seus fornecedores sustentáveis.
8. Invista no mercado futuro
O empreendimento sustentável, em geral, não busca serviços financeiros para desconto de duplicatas, capital de giro e outras alavancas monetárias que o comércio tradicional utiliza, estas empresas evitam a todo custo entrar nestas cirandas que desperdiçam recursos e roubam lucratividade. Em um Brasil de juros imorais seria desejável que os pagamentos fossem feitos no dia seguinte às entregas, em uma semana, 30 dias no máximo.
9. Se não puder ajudar, não atrapalhe
Negócios sustentáveis são sistemas comerciais que protegem o meio ambiente e as condições sociais enquanto promovem seu próprio crescimento de forma equilibrada. São empreendimentos sem impactos negativos no meio ambiente global ou local, e trazem benefícios para a comunidade, para a sociedade e para a economia como um todo.
A competição predatória é oposta ao comercio sustentável, que busca sempre garantir uma renda correta e digna aos seus fornecedores de forma a viverem do seu trabalho hoje e no futuro para que continuem a promover a produção orgânica e eco-certificada por gerações.
10. Faça parte da Solução
Exija certificações de empresas idôneas e evite a todo custo utilizar expressões e divulgar iniciativas apenas para se aproveitar de uma “onda” ecológica, o caminho para conectar sua marca com os ideais e valores sustentáveis é pensar em formas autenticas de cooperar com soluções ambientalmente saudáveis com respeito aos direitos humanos e à cultura local.
As pessoas e o planeta agradecem!
Luiz Pryzant
15/04/2010
Fontes: European Commission Trade; Friends of the Earth International; IISD – International Institute for Sustainable Development
Marcadores: certificações, comércio justo, eco-amigáveis, eco-certificada, empresas sustentáveis, ganha x ganha, Iniciativas sustentáveis, Marketing orgânico, simbiose comercial